quarta-feira, 27 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aí estão as meias

O FC Porto chega com distinção às meias-finais da UEFA Europa League, depois de ultrapassar o Spartak de Moscovo nos quartos-de-final mais desnivelados da história da prova. Em Moscovo, que já merece o apelido de cidade talismã, os Dragões venceram por 5-2, colocando os números globais da eliminatória em 10-3.

Apenas em 1972-73 se registou uma vantagem de sete golos para uma equipa nesta fase da prova, juntando os resultados das duas mãos. O Borussia de Monchengladbach bateu então o Kaiserslautern por 9-2 (2-1 e 7-1), marcando por isso menos um tento do que portistas, que chegaram à dezena.

No difícil relvado do Estádio Luzhniki, o FC Porto mostrou-se mais adaptado do que na primeira parte do encontro com o CSKA, no mesmo recinto. O primeiro remate foi de Guarín, aos cinco minutos, mas saiu por cima da baliza de Dykan. O Spartak nunca conseguiu o domínio que ambicionava para ainda tentar a reviravolta na eliminatória.

Os Dragões pressionaram bastante a troca de bola do adversário, recuperando muitos lances no meio-campo e lançando perigosos contra-ataques. E foi assim, aos 28 minutos, que os azuis e brancos chegaram à vantagem. Hulk combinou com Falcao e arrancou antes da linha de meio-campo. Depois de percorrer quase 50 metros, só parou em frente a Dykan, rematando para o tento inaugural.

Mesmo que jogando apenas em defesa da honra – já que a hipótese de reverter o rumo da eliminatória era meramente académico - os russos não desistiram e foram criando alguns lances de perigo. Mas, como Villas-Boas tinha pedido, a concentração não deixou de ser total. A defesa manteve-se sólida e o contra-golpe continuou a sair a preceito: Rodríguez, isolado, aos 32 minutos, obrigou o guarda-redes local a defesa atenta

Em cima do intervalo, um «tiro» de Hulk foi defendido com dificuldade por Dykan. No canto daí resultante, o «Incrível» apontou à cabeça de Rodríguez, que fez o 2-0. Os Dragões chegavam ao intervalo com a eliminatória no bolso a vitória no jogo bem encaminhada.

Se alguém esperava que as equipas baixassem o ritmo na segunda parte, estava enganado. Logo aos dois minutos do segundo tempo, Guarín desmarcou Falcao, que obrigou Dykan a mais uma intervenção. O colombiano ainda ganhou o ressalto e serviu o compatriota Guarín, que voltou a marcar em Moscovo. Dzyuba reduziu depois para 3-1 e mostrou que os russos iam «obrigar» o FC Porto a correr até ao apito final.

Aos 54 minutos, Falcao demonstrou na prática uma «regra» desta eliminatória: sempre que o Spartak marca, o FC Porto responde na mesma moeda. Canto de Hulk, desvio de Rodríguez e o colombiano apontou o 11.º tento na prova, o que o destaca ainda mais como melhor marcador.

Ari aos 72 minutos, ainda fez o 4-2, mas a última palavra seria dos Dragões. Em cima do apito final, James atirou ao poste e Rúben Micael não desperdiçou a recarga. Para além dos cinco marcadores, convém ainda destacar o papel de Helton, que sublinhou a sua excelente época com três intervenções de grande qualidade.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A lei à moda de Lisboa


O FC Porto foi hoje informado numa reunião com a Polícia de Segurança Pública que o Benfica pretende impedir a entrada no Estádio da Luz de todos os adereços alusivos ao nosso clube, como sejam bandeiras, estandartes ou faixas no jogo de domingo.

Trata-se de uma decisão ilegal que o FC Porto já denunciou através de uma exposição que enviou ao Ministério da Administração Interna, à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, ao Conselho de Segurança e Ética no Desporto, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional e à Federação Portuguesa de Futebol.

O Benfica pretende com uma medida sectária e própria das ditaduras mais reaccionárias impedir o apoio à nossa equipa, isto perante a complacência das autoridades, como se Portugal fosse uma república das bananas.

O FC Porto exige o cumprimento da lei e recorda às próprias autoridades que se há alguém que se acha no direito de estar acima da lei é o próprio Benfica, que continua a permitir a entrada no seu estádio de todos os adereços alusivos às claques No Name Boys e Diabos Vermelhos, dois agrupamentos ilegais, porque nunca efectuaram o registo dos seus elementos, como acontece com todas as outras claques desportivas em Portugal.

Mas nem isso impede, por exemplo, que esses grupos de adeptos entrem no Estádio da Luz com material alusivo a claques ilegais, façam explodir tochas e outro material pirotécnico.

Pior, depois de confirmar que pretende impedir os adeptos do FC Porto, organizados (legalizados) ou não, de entrar com adereços de apoio à equipa, a própria polícia confirmou que os grupos organizados mas ilegais do Benfica poderão entrar no estádio com todo o seu material.

No Estádio do Dragão todos os adeptos das equipas adversárias entram com material alusivo aos seus clubes e, no caso das claques legalizadas, com material do próprio grupo, sejam tambores, megafones, etc. No caso de claques ilegais, o FC Porto impede a entrada de qualquer tipo de adereço, excepto os de apoio ao próprio clube do adepto, que são sempre permitidos. De resto, como foi bem visível nas últimas ocasiões em que o Benfica jogou no Estádio do Dragão.

A obrigatoriedade de registo e legalização das claques é de 2004. Desde então que há duas claques, os No Name Boys e os Diabos Vermelhos, ambas do Benfica, que são ilegais. Haverá no país maior exemplo de impunidade do que este? Passaram mais de seis anos, em todos os jogos do Benfica as claques estão lá, todo o país as vê, mas as autoridades portuguesas ainda não tiveram oportunidade de fazer uma “investigação implacável”. Definitivamente, é tempo de em Portugal todos os cidadãos e todas as instituições serem tratados da mesma forma.

Para que serve um Governo que faz uma lei e depois não a consegue aplicar? Obviamente para nada.

Finalmente, apelamos a todos os adeptos do FC Porto que, apesar do clima provocatório e intimidatório que o Benfica está a criar para o jogo de domingo, mantenham sempre um comportamento cívico e pacífico.