quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aí estão as meias

O FC Porto chega com distinção às meias-finais da UEFA Europa League, depois de ultrapassar o Spartak de Moscovo nos quartos-de-final mais desnivelados da história da prova. Em Moscovo, que já merece o apelido de cidade talismã, os Dragões venceram por 5-2, colocando os números globais da eliminatória em 10-3.

Apenas em 1972-73 se registou uma vantagem de sete golos para uma equipa nesta fase da prova, juntando os resultados das duas mãos. O Borussia de Monchengladbach bateu então o Kaiserslautern por 9-2 (2-1 e 7-1), marcando por isso menos um tento do que portistas, que chegaram à dezena.

No difícil relvado do Estádio Luzhniki, o FC Porto mostrou-se mais adaptado do que na primeira parte do encontro com o CSKA, no mesmo recinto. O primeiro remate foi de Guarín, aos cinco minutos, mas saiu por cima da baliza de Dykan. O Spartak nunca conseguiu o domínio que ambicionava para ainda tentar a reviravolta na eliminatória.

Os Dragões pressionaram bastante a troca de bola do adversário, recuperando muitos lances no meio-campo e lançando perigosos contra-ataques. E foi assim, aos 28 minutos, que os azuis e brancos chegaram à vantagem. Hulk combinou com Falcao e arrancou antes da linha de meio-campo. Depois de percorrer quase 50 metros, só parou em frente a Dykan, rematando para o tento inaugural.

Mesmo que jogando apenas em defesa da honra – já que a hipótese de reverter o rumo da eliminatória era meramente académico - os russos não desistiram e foram criando alguns lances de perigo. Mas, como Villas-Boas tinha pedido, a concentração não deixou de ser total. A defesa manteve-se sólida e o contra-golpe continuou a sair a preceito: Rodríguez, isolado, aos 32 minutos, obrigou o guarda-redes local a defesa atenta

Em cima do intervalo, um «tiro» de Hulk foi defendido com dificuldade por Dykan. No canto daí resultante, o «Incrível» apontou à cabeça de Rodríguez, que fez o 2-0. Os Dragões chegavam ao intervalo com a eliminatória no bolso a vitória no jogo bem encaminhada.

Se alguém esperava que as equipas baixassem o ritmo na segunda parte, estava enganado. Logo aos dois minutos do segundo tempo, Guarín desmarcou Falcao, que obrigou Dykan a mais uma intervenção. O colombiano ainda ganhou o ressalto e serviu o compatriota Guarín, que voltou a marcar em Moscovo. Dzyuba reduziu depois para 3-1 e mostrou que os russos iam «obrigar» o FC Porto a correr até ao apito final.

Aos 54 minutos, Falcao demonstrou na prática uma «regra» desta eliminatória: sempre que o Spartak marca, o FC Porto responde na mesma moeda. Canto de Hulk, desvio de Rodríguez e o colombiano apontou o 11.º tento na prova, o que o destaca ainda mais como melhor marcador.

Ari aos 72 minutos, ainda fez o 4-2, mas a última palavra seria dos Dragões. Em cima do apito final, James atirou ao poste e Rúben Micael não desperdiçou a recarga. Para além dos cinco marcadores, convém ainda destacar o papel de Helton, que sublinhou a sua excelente época com três intervenções de grande qualidade.

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