domingo, 2 de maio de 2010

O verdadeiro bola de prata

O minuto 79 do jogo Vitória de Setúbal – FC Porto, o momento em que Radamel Falcão foi presenteado com um cartão amarelo por ter levado duas cacetadas na mesma jogada, exemplifica na perfeição o que foi esta temporada cá no burgo, a aniquilação da concorrência vermelha sempre que esta se torna ameaçadora. Agora chegou a ponto de se anular pelos bastidores um título de cariz individual, como é o premio do melhor goleador do campeonato.

O avançado portista, à entrada para a jornada 28 da Liga Portuguesa, tinha o mesmo numero de golos que Cardozo, e era meu convencimento que seria o ponta de lança galináceo a levar a melhor nesta contenda dos melhores marcadores, essencialmente pelo calendário mais vantajoso da sua equipa, onde os jogos em casa com Olhanense e Rio Ave trazem a expectativa de goleadas e, muitas penalidades para o Paraguaio facturar (o que, de resto, confirmou-se com a equipa algarvia). A desavergonhada punição de que El Tigre foi Alvo às margens do Sado, dissipou todas as minhas dúvidas de quem levaria para casa a “Bola de Prata”.

Não faltarão elogios e loas ao feito de Cardozo, oriundos dos mais diversos quadrantes deste país. De norte a sul, todos se vergarão perante a façanha de converter 8 penalidades colocadas à disposição por qualquer amigo Lucílio de ocasião. Do outro lado do Atlântico, se vaticinará a “miséria” que o pé esquerdo do Paraguaio fará na África do Sul. A mãe, o pai, o irmão e o periquito enviarão mensagens de felicitações pelos pasquins da mouraria ao novo Deus do Olimpo. Jamais alguém ousará colocar em causa a magnificência deste prémio.


Certamente que ninguém se lembrará dos 4 golos mal anulados a Falcão, ninguém destacará que dos seus 23 golos obtidos até ao momento na Liga, apenas 2 provêem de grande penalidade. Não haverá alguém que faça recordar a sublime forma de como o avançado azul e branco domina e faz jogar a bola. Ninguém mencionará a argúcia com que aparece nos espaços vazios das áreas. Ninguém elogiará a tremenda eficácia e frieza sempre que está na cara do golo. Virtudes e qualidades que os invejosos e carpideiras das redacções desses pasquins que tresandam a podre tudo farão para caiam no esquecimento eterno.

Não amigo Falcao. A memória da imensa nação portista ainda é grande. Grande e eterna. Nunca nos esquecermos de tudo aquilo que alcançaste neste teu primeiro ano de futebol Europeu. Cá dentro e lá fora, porque também foste grande e deixas-te a tua marca na Liga dos Campeões. Fizeste valer os teus méritos em todas as competições que participaste. Conseguiste brilhar mesmo nas noites mais sombrias da nossa equipa.

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